100 anos de Alzheimer

Doença incurável atingirá, em 40 anos, 80 milhões de pessoas no mundo. Especialista do HUB cobra apoio a pacientes e familiares

Em 2040, em toda grande família do mundo, haverá pelo menos um caso da Doença de Alzheimer. No próximo dia 3 de novembro, o descobrimento desse mal completa 100 anos e consolida-se como um reflexo da modernidade: com a tecnologia e os avanços na área de saúde, o ser humano vive mais, mas também está sujeito às doenças do envelhecimento.

Nesta quarta-feira, dia 25, o geriatra Renato Maia, coordenador do Centro de Referência do Idoso do Hospital Universitário de Brasília (HUB), apresentará, em jantar na Churrascaria Porcão, a Declaração Mundial da Doença de Alzheimer, uma conclamação à sociedade civil, aos governos e pesquisadores a apoiarem de forma efetiva pacientes e familiares. Na ocasião, haverá uma apresentação do coral de pacientes com Alzheimer do HUB.

Maia é presidente da International Association of Gerontology and Geriatrics (Associação Internacional de Gerontologia e Geriatria) e oficializará a declaração no dia 3 de novembro, na cidade de Tübingen, na Alemanha, no mesmo auditório onde, há 100 anos, Dr. Alzheimer apresentou ao mundo a existência da doença, que é progressiva e até hoje não tem cura. “Queremos chamar a atenção para que todos – governo, instituições privadas, órgãos de pesquisa, universidades – desenvolvam ações de apoio aos pacientes e familiares, que continuam isolados na luta contra a doença”, afirma Maia.

FAMÍLIA ENVOLVIDA – Para a família do paciente com Alzheimer, a doença significa uma longa trajetória de cuidados, mas também de isolamento. Apesar de ser uma doença que já atinge parte da população, ainda é tratada como exceção e muita desinformação. “A doença envolve todos nós, ainda não temos condições de dizer quem vai e quem não vai ter”, diz o geriatra.

Hoje, 25 milhões de pessoas no mundo com Alzheimer. Com o crescimento da expectativa de vida, o risco é real para todos aqueles que ultrapassam os 65 anos. Depois dessa idade, 5% das pessoas podem vir a ter Alzheimer e, a partir dos 80 anos, a probabilidade cresce para 40%.

A cura ainda está distante, mas é possível prevenir a doença. Alimentação com muitas frutas e legumes, tarefas intelectuais freqüentes e um tratamento rígido do diabetes e da pressão alta podem tornar menos provável o aparecimento da doença. “É importante também que as pessoas tenham várias motivações na vida, como o trabalho, o lazer, a vida pessoal”, aconselha Maia.


CONHEÇA A
DOENÇA DE ALZHEIMER

A Doença de Alzheimer é uma doença progressiva do Sistema Nervoso Central, com causa desconhecida e descoberta pelo neurologista alemão Alois Alzheimer, há 100 anos. Caracteriza-se pela deterioração da memória, da piora progressiva das atividades diárias e distúrbios comportamentais. O paciente perde as funções mentais superiores, apresentando alterações progressivas no humor e no comportamento, perda de memória, desorientação e dificuldade para falar, sendo que no estágio mais grave sua memória é muito comprometida provocando a dificuldade na linguagem e perda do reconhecimento dos familiares. O quadro evolutivo é lento e pode levar de cinco a 15 anos. Não existe cura para o problema. (Fonte: www.unb.br)


SERVIÇO
A apresentação da Declaração da Doença de Alzheimer será realizada nesta quarta-feira (25), na Churrascaria Porcão, às 21h. Na ocasião, haverá uma apresentação do coral de pacientes com Alzheimer do HUB.

CONTATO
Renato Maia, pelo tenefone (61) 3448 5269, ou Assessoria de Comunicação da UnB, pelos telefones (61) 3307 2028, 3307 2029 e 3307 2246.